Revolução;
Parte I - A montanha do Nascente;
E como seria se a montanha se dobrasse ao vento e as curvas em nossos pulmões se dissipassem até apenas restar não à realidade, nem a existência física, nem mesmo o pensamento, mas o desejo e as promessas que sussurramos para acalmar os erros tangíveis dos nossos breves legados mortais. Mesmo que bastasse perecer sob a areia fria, a areia da montanha já a muito curvada pelo vento.
Parte II – Árvore do Poente;
E como seria encontrar a árvore dos desejos?
Como seria retornar do limbo com uma nova e merecedora alma? Ela queima em suas veias, Transborda em seus olhos e tudo é estritamente como já lhe foi por muito pronunciado “a morte é pacifica, branca e ilimitada. E viver, viver sim exige de nós cada determinação e displicência que nossos corações hostilizados podem produzir”.
E é quando ele contempla o mar, novamente sob a areia branca e fria de outrora que ele percebe o quão pacificadora pode ser a morte e volta suas mãos ao céu em busca da gentil e devastadora chuva do anoitecer.
Parte III – Chuva do Anoitecer;
E quando a chuva chega poderosa, devastadora.
Ainda assim em algum momento ela torna-se cálida e por vezes encantadora. Não podemos olhar o céu, a montanha ou a árvore, mas sentimos a revolução que se aproxima e passamos a entender o desafio humano, por que o verdadeiro desafio de qualquer coração é olhar para si e aceitar que o tempo insubmisso e imortal sempre percorrera o seu corpo e varrera sua alma.
E então quando acaba, e chega ao final ele percebe que, não é como ter sido curado é apenas por que ele jamais havia realmente sofrido qualquer revés.