QUESTÕES

Quantas vezes nos levamos a lugares esquecidos,

Quantas vezes invocamos de dentro o adormecido,

Queremos esquecer mais do que nunca a nossa existência,

As forças vão minguando, destruindo nossa resistência

Nessas andanças infindas pelo nosso cosmo interior,

Revivemos as alegrias, somos amnésticos quanto a dor,

Se tudo que o desejássemos fosse um caminho possível,

Desejaria trilhar somente pelo amor, que é passível

Recordo-me das delícias de habitar num mundo só meu,

Não possuía forma alguma, princípio, mas tinha somente eu,

Dependia de uma respiração que não era a minha,

Fui parasita, mas minha hospedeira, amor por mim só tinha

Não pensava, mas existia, não expirava, mas vivia,

Não tinha noção de nada, mas tudo lá fora pressentia,

Queria sair logo, mas o amadurecimento tive que esperar,

Traumaticamente surgi e até então só vivo a questionar

O meu viver se resumia no desejo de querer nascer,

Tudo era estranho, não conseguia nada entender,

Um certo dia, amadurecido, neste mundo tive que aparecer,

Hoje já cresci, vivi, apodreci, e ainda nada consigo compreender.

Adolfo
Enviado por Adolfo em 29/06/2009
Código do texto: T1673299
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.