Quem é você?

O que tem os poetas

Que são vistos,

Malucos.

O que há com a poesia

Porque ela tem de se vender?

E onde está a realidade...

Sem pretensão de saber

Posso tentar,

Posso conseguir.

Eu fiquei profundo

No que não aprendi.

E fiquei sem rumo

Porque não quis saber.

Que se a idéia existisse

E o progresso que medisse

Fosse pronto pra prever,

Que não há seguridade,

Sem um outro pra morrer.

Que se a bala fosse minha

E a cabeça desmembrada,

Não teria outra escolha

A não ser a minha vida.

Que foi feita sem querer

E virou um sacrifício

Pra dizer que nunca é certo

E o errado é o labirinto.

Do meu medo em te ver

Quando olho sem sentir.

Quando tento esquecer

E me jogo em absurdos.

Sempre tento sem querer

Ser um outro cabeludo.

Ler os livros que não quero

E ainda concordar.

Ser o pé da suma mesa

Sem vontade de ficar.

Apoiar meu corpo torto

Em algo que se possa confiar.

Pra que a cena se repita,

Pra que o ouro não se acabe.

Não que eu seja singular

E que esteja acabado.

É que pronto pra lutar,

Não espero ter ganhado.

Porque sei que a vida é curta

E os problemas seculares

São mantidos pelos dotes

E as cabeças circulares.

Eu tenho uma idéia

Uma pedra

E uma ação.

Na reação

Da paz

Que não está

Em liquidação.

Política de pão e circo

Até parece piada.

Os romanos de hoje em dia,

Nem se prestam a questionar.