Valeu a pena ...
(Luiz Henrique)
 
Sempre achei que ia viver pouco. Ainda adolescente, tinha como limite ir até os vinte e oito. Passado os cinqüenta, já não sei quando terminará essa jornada.

É certo que se não mudar meu estilo de vida, não vou muito longe. Fumante, notívago, nenhuma atividade física, carótida entupida, algumas peças arrancadas em cirurgias, enfim, o que sobrevier, com a vida que levo, já é lucro.

Já tive medo da morte. Já tive o desejo da morte. Hoje nem uma coisa nem outra. Tenho amor pela vida e pela vida amor.

Penso que se algo é inevitável, não há o que se temer, nem pensar, nem querer. Apenas inevitável e só.

O que conta mesmo é termos uma vida útil.

No frigir dos ovos, o importante é olharmos pra trás no estertor derradeiro e termos a convicção de que fizemos o que nos foi possível fazer para sermos – e fazermos outras pessoas – felizes. De que fomos, de alguma maneira útil a alguém, com ações, com palavras, com ouvidos, com gestos, com sorrisos, com lágrimas. De que não desperdiçamos totalmente nosso tempo terreno.

Termos a mais absoluta convicção de que nosso tempo valeu a pena, porque cada momento é único, é mágico e não volta atrás.
Nunca mais ...








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