Quem sou eu 2 (17 anos)

Um amontoado de questionamentos compõe um intenso turbilhão que nunca cessa: minha mente.

Inconstância, palavra correta. Sempre inquieto diante dos percalços da vida e filosofando sobre o sentido da mesma. Longe de ser uma pessoa costumeira, é comum até me irritar diante da facilidade com que levam a vida sem procurar nela algum sentido qualquer. Divagações e teorias ora complexas ora simplórias muito freqüentemente são jogadas ao ar por uma boca que, na maioria do tempo, não se cala.

Essa característica inquiridora de remar o barco me concede alguns problemas. Entro em choques constantes causados pelo impacto com outros perfis que divergem do que aceito – O que, de fato, não é nem um pouco difícil de encontrar. Surpreendo-me, ofendo-me, decepciono-me com manifestações claras de frieza e ignorância. Muito me preocupa o destino inerente do mundo, tal como de todos aqueles que trilham o caminho da triste conformação frente à insignificância. Procuro, portanto, oferecer disposição íntegra aos que me rodeiam e necessitam. Confesso, claro, que sou mais insistente em alguns casos especiais.

Pela convivência, é extremamente possível que haja enganos ao fazer qualquer julgamento precipitado ao meu respeito. Deduzir a primeira instância é, sobretudo, falsamente letal. Afinal, tudo depende do humor, também inconstante. Sorrisos felizes acompanhados de olhares que brilham outrora não passavam de lábios contraídos abaixo de um olhar envolto à fúria. As piadas que porventura solto logo podem se transfigurar em fortes ofensas verbais, que me rendem rotineiro arrependimento.

Alicerçado em valores que jamais me abandonam, possuo fortes ideologias que raramente são facilmente aceitas. Valorizo, tal como não poderia deixar de valorizar, a integridade das relações de amor e amizade – Dando sempre maior ênfase a essa segunda. Preocupação, ao meu ver, é a chave para crer na veracidade de qualquer sentimento. Aliás, são as emoções que me provam que há algo muito além da vida que nos espera. Daí vem o ódio pela frieza e a repugnância pelo egoísmo.

Em decorrência dessas características, alguns obstáculos que surgiram de empecilho em minha vida levaram consigo alguns amigos. Pessoas que não souberam enxergar o que a atenuação do afeto pode causar. De alguma maneira, entretanto, contribuíram para a semeação de novos sonhos e fortificação de velhas amizades.

A propósito, costumo também avaliar uma pessoa pelo seu sonho. Ambição em dar asas à mente é o que me ilustra a grandiosidade da alma de um homem. Uma vida só possui propósito quando há um sonho onde se luta por sua conquista. Invejo aqueles que conseguem mergulhar na rotina sem buscar algo além – Infelizmente ou não, esse não é um dos meus defeitos.

Aos que, de mãos dadas, caminham no mesmo asfalto que eu, ofereço a disposição eterna que garante ao menos uma alegria momentânea diária. É o que costumo prometer.

Olgui
Enviado por Olgui em 17/06/2009
Código do texto: T1653631
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