Sobre a Arquitetura Regionalista no Brasil
Está ocorrendo nas últimas décadas um retorno as nossas raízes culturais. Dá-se mais valor a cultura indígena, valoriza-se a cultura cabocla e a cultura negra, em contrapartida da cultura branca, cada vez mais considerada formal em demasia, além de ser previsível. E a arquitetura, que é uma das vertentes da cultura, não foge a essa adesão ao exótico. Os projetos voltam a dar mais valor a materiais como a madeira, a palha, a cerâmica, o barro, o tijolo de olaria, e etc. Surgem, então, edificações que destoam do concreto armado, do vidro e do aço.
Possivelmente os arquitetos brasileiros estão recebendo influencia da arquitetura regionalista, que é feita nos países latino-americanos, africanos e asiáticos. Existe, hoje, um casamento de muito sucesso entre os materiais de construção e a cultura de cada país. Desviando, assim, dos antigos parâmetros da Arquitetura Internacional, criados pela Bauhauss e por Le Corbusier. E isso é um movimento que considero revolucionário, pois a partir do momento em o arquiteto deixa de seguir as seguras especificações dos materiais convencionais no mercado da construção civil e passa a se aventurar por materiais alternativos (como a madeira de reflorestamento, a palha de coqueiro e o barro extraído da nossa terra) ocorre uma mudança de valores culturais não somente para os profissionais da área, como também para o cliente e o usuário dessas edificações.