Dores passadas

As dores passadas corroem meu peito ainda, revolvem meus pensamentos.

Tento as esquecer, mas as conseqüências não permitem...

Meus dias passam rápido, mas, mesmo quando chega o dia da “folga”, este também passa rápido. E o meu cansaço nunca finda.

E minhas fontes, meus recursos em tentar esquecer sempre terminam.

Nesta ou em maior rapidez vai-se também meu dinheiro, e parece que anda entrelaçado em minha alegria.

Meus amigos não encarnados me ajudam a suportar – são os únicos.

Claro que minha dor é impar!

Não tenho par, e não encontro ninguém que sinta o mesmo, reparta ou ajude a reparar os pedaços em que foram desfeitos meu coração e fé.

Não. Não me iludo mais.

Já tentei por demais refazer, recompor minhas ilusões.

Meus dias, minhas dificuldades são reais por demais.

Já não consigo sustentar a brincadeira infantil, meu lado pueril.

O pequenino ser incauto se desfaz, por fim.

Já não sou mais criança.

E as memórias desse tempo já não me alegram mais.

Continuo tentando me recompor, me restabelecer...

É que parece não existirem mais escolhas por fazer.

Fico me perguntando se os dias felizes voltarão...

E o eco dentro de mim tem estado mudo, ou tenho estado muito

Surdo para perceber as respostas e mudar as questões.

Mas sei, os verdadeiros vilões, os que mais me fazem sofrer, também fui eu quem criou...

Acontece que, os fiz reais demais para destruí-los agora.

Agora que estou com o castelo ruído, com as forcas exauridas...

E, não encontro saídas; alternativas para onde correr.

Mãe, pai, irmãos, parecem seres fictícios, destas estórias que tento escrever.

Todavia, como não consigo mais me iludir, eles se desfazem, mesmo sem eu querer.

nouvellelune
Enviado por nouvellelune em 12/06/2009
Reeditado em 12/06/2009
Código do texto: T1645039
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