Dores passadas
As dores passadas corroem meu peito ainda, revolvem meus pensamentos.
Tento as esquecer, mas as conseqüências não permitem...
Meus dias passam rápido, mas, mesmo quando chega o dia da “folga”, este também passa rápido. E o meu cansaço nunca finda.
E minhas fontes, meus recursos em tentar esquecer sempre terminam.
Nesta ou em maior rapidez vai-se também meu dinheiro, e parece que anda entrelaçado em minha alegria.
Meus amigos não encarnados me ajudam a suportar – são os únicos.
Claro que minha dor é impar!
Não tenho par, e não encontro ninguém que sinta o mesmo, reparta ou ajude a reparar os pedaços em que foram desfeitos meu coração e fé.
Não. Não me iludo mais.
Já tentei por demais refazer, recompor minhas ilusões.
Meus dias, minhas dificuldades são reais por demais.
Já não consigo sustentar a brincadeira infantil, meu lado pueril.
O pequenino ser incauto se desfaz, por fim.
Já não sou mais criança.
E as memórias desse tempo já não me alegram mais.
Continuo tentando me recompor, me restabelecer...
É que parece não existirem mais escolhas por fazer.
Fico me perguntando se os dias felizes voltarão...
E o eco dentro de mim tem estado mudo, ou tenho estado muito
Surdo para perceber as respostas e mudar as questões.
Mas sei, os verdadeiros vilões, os que mais me fazem sofrer, também fui eu quem criou...
Acontece que, os fiz reais demais para destruí-los agora.
Agora que estou com o castelo ruído, com as forcas exauridas...
E, não encontro saídas; alternativas para onde correr.
Mãe, pai, irmãos, parecem seres fictícios, destas estórias que tento escrever.
Todavia, como não consigo mais me iludir, eles se desfazem, mesmo sem eu querer.