Sentido do nada
Loucura é conceito,
Fome é passatempo.
Bandeiras e quadros
A revelar,
Toda sua devoção.
De homens que não fugiram
De nomes que não se esquecem.
Olhos nos pneus que cantam cidades,
Eles podem se perder.
Mesmo que o sinal esteja fechado,
Existem certas horas de não se atravessar.
Que o buraco fica escuro,
Que a música preferida,
E a bebida que se envolve,
Já não sirva do lamento
Já não tenha mais contorno.
Vivi nas variadas cidades,
Que as escalas mandam passar.
Que a certa hora do dia,
Não se pode questionar.
Escrevi meu pesar num caderno,
Esperei que as letras fossem lidas.
Mas nem a capa,
Foi posta a se mirar.
Porque não está no conceito,
Nem nos livros de auto-ajuda.
Muito menos na crítica boreal.
Que se as luzes fossem frias,
E o passo desprezado,
Não haveria poesia.