EU SEMPRE QUERO...

Eu quero a certeza da vida que sempre desafia a morte, embora esta chegue.

Eu quero a certeza da inocência a sabedoria dos loucos, aquela me eleva.

Eu quero a verdade do humilde a arrogância dos tolos, esta me derrota.

Eu quero o silencio que acalma a alegria que cansa e esgota, por fim,

deprime.

Eu quero o sono alimentado de sopa rala a inquietação do estomago estufado.

Eu quero a certeza de Deus sempre presente, a consumidora dúvida e espectativa do será.

Eu quero dormir com aquele que me aquece embora me entristeça,

a estar com aquele que me ilude e em tempo algum vela o meu sono.

Eu quero a beleza da tua amizade a tua dura indiferença, aquela me eleva dignamente.

Eu quero a distancia que nos afasta, a tua presença que me incomoda e me aflige.

Eu quero a tua indiferença navalhar a tua lisonja estúpida de mentiras e calunias.

Eu quero amanhecer sem café, mas quero a paz de nada dever a quem me investigar.

Eu quero viver simplesmente, a desgastar meu corpo, e desfrutar da consciência tranqüila.

Eu quero o encanto da família “torta” que me abriga, a indiferença de apenas um que me chuta.

Eu quero enfim ter a certeza de que nada acontece por acaso e este não vai me proteger jamais.

Eu quero que o tempo cuide das respostas que eu nunca soube dar e nem as conheci.

Eu quero a grandeza do amanhecer e lentamente sorver a beleza do entardecer.

Eu quero enfim, entender que tudo é passageiro e talvez eu nem termine este escrito.

Eu quero aproveitar esta madrugada e descansar minha alma com a paz que ela me dá.

Eu quero sempre ter um canto de gratidão eterna, pois não sei se cantarei na próxima hora.

Eu quero, apesar de tudo, sentir que a paz está dentro de mim e não na ordem que recebo.

Eu quero a ternura do teu sorriso a indiferença dele a debochar da minha desdita.

Eu quero poder usar as palavras em tom brando e econômico e não deixar oportunidade alguma para dizer-te coisas que jamais entenderei e me lancete a alma.

Eu quero por fim que nada seja em vão e que ao partir para além, todos me vejam sorrir.

Eu quero aprender a olhar além e ver o que todos escondem com o desdém da hipocrisia.

Eu quero o prazer de sempre fazer sem ter a preocupação de olhar a quem e nem para quê.

Eu quero aprender a receber também, pois aprendi que trocar é ultra saudável.

Eu quero viver para ver todos os que zombam perceber quanto tempo perderam sem volta.

Eu quero viver para ver até onde o credo é veraz e o exercício da fé não se desfaz.

Eu quero sempre poder te desejar um bom dia, porque assim é o que emana fielmente do meu coração.

Então: bom dia para você.

Gus, 10 de junho – 2h07.

E eu, continuo a querer tantas coisas mais...

Míriam DOliveira
Enviado por Míriam DOliveira em 10/06/2009
Reeditado em 13/07/2009
Código do texto: T1641154
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