Plantando raízes sobre a Terra

Olhando ao céu, belo dia de inverno.

Mas, até quando será assim?

Ate quando verei o céu a brilhar, e entender que o brilho é reflexo de minha emoção? Sinto medo de não entender o que penso

Talvez comprar uma casa e ter filhos, num exemplo de casamento perfeito seja uma forma de me perpetuar nessa vida, ser falado até depois de morto, ou até depois que a última pessoa que me viu vivo na terra morrer.

Mas, não seria maçante? Não seria padronizado demais? Qual a graça de viver nas formas em que a sociedade criou?

Que tal viver viajando? Trabalhar, comprar uma moto, viver viajando e ser um eterno noivo, pronto para nada.

Não, ainda não. Será que conseguirei me perpetuar, ou serei apenas como uma folha de grama, que simplesmente é pisoteada pelo progresso do mundo? Seria minha memória coberta pelo asfalto das coisas que virão após a minha breve existência?

Quantas dúvidas juntas, por que será?

Quem sabe escrever seja uma forma de adubar minha existência, onde algumas poucas pessoas sejam capazes de se lembrar, onde talvez escrevesse um texto lindo, e ele fosse passado adiante?

Talvez, essa seja uma forma de fixar minhas raízes sobre a Terra, até o asfalto das gerações me cobrir.

Mas o que importa, é que raízes dependem do solo onde estão. Não importa o que virá por cima.