A nutrição do Amor

O amor é essencialmente vida.

E como todos os seres vivos,

Precisa ser nutrido.

Em um mundo no qual tempo e informação valem ouro,

Em que consumir é a ordem do dia,

Ter é mais importante do que Ser, questiono-me:

Qual a qualidade de amor que damos às pessoas que nos são queridas? Não entro no mérito de perguntar a quantidade de tempo; existe, pelo menos, uma resposta pronta: o que vale é a qualidade.

Sim, cada um/a de nós, afirma categoricamente que damos o tempo que podemos e, portanto, não importa a quantidade, mas a qualidade com a qual aproveitamos este tempo. Porém, algo me instiga a continuar a questionar:

Diante de tanta pressa, cobrança, exigências, o que fazemos, efetivamente, para nutrir nossas relações afetivas?

Escutamos verdadeiramente o/a outro/a ou apenas o/a ouvimos?

Temos tempo para acolher o que o/a angustia o/a e, neste tempo de acolhimento, contribuimos para ajudá-lo/a a encontrar saídas para suas angústias?

Conseguimos fazê-lo/a rir quando a vida parece dizer-lhe não?

Dalogamos e, neste diálogo, ajudamos ao/à outro/a a se melhorar como pessoa, crescer e se tornar um ser melhor?

Conseguimos blindar as nossas relações afetivas da competição predominante na sociedade capitalista ?

Dispomos de tempo para criar a intimidade necessária para que o/a outro/a consiga se despir de seus temores, medos, anseios e angústias?

Ficamos verdadeiramente felizes com o seu sucesso?

Não tenho respostas: apenas acredito que precisamos, cada um/a a seu modo questionar-se sobre o que verdadeiramente nutre o amor.

Penso que, um outo modo é ter coragem para perguntar às pessoas que nos são queridas como elas avaliam a nossa forma de amá-las.

Sentem-se nutridas?

Isto para mim é um ato de extrema coragem para aqueles/as que verdadeiramente escutam e acolhem o sentimento do/a outro/a.

Lua Dourada
Enviado por Lua Dourada em 03/06/2009
Reeditado em 04/06/2009
Código do texto: T1630893
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