Relento
Lá fora, ao relento, se encontra o breu. Vagam nas nas ruas crueldade, injustiça, pobreza. Enquanto buzinam os carros, tremem queixos, se apertam ressequidos braços, e sonhos esvoaçam, sem esperança, sem realização. Desilusão!
Dizia o poeta que é melhor o silêncio para não se exprimir tolices. Será por isso que se calam? Será tolice gritar a insanidade por não se ter o pão para saciar a fome? Será tolice clamar pela veste que aquece o corpo? Será tolice reclamar da injustiça aos que sofrem sem ajudador? Estão cansados, assim como eu.
Passam anos, decádas, milênios, e a tolice da perplexidade ecoa. Ainda há alguém como eu para se interrogar: "Por que?". E, mesmo sabendo as repostas para os "porquês" que rodeiam o mundo, meu coração chora, por que ele não é breu, não é relento, para encarar friamente tudo que é contrário.
Nem sempre é melhor ficar calado; Às vezes, idiota é aquale que se cala diante de uma grande questão.