Noite
Mais uma noite,
E terei como companhia o meu "Eu".
Esse Eu, tão traiçoeiro, tenho medo dele!
Medo do seu destino, da sua solidão, do seu vazio.
Os fantasmas chegam, ironicamente
incitando as lembranças... Uma a uma, sai de sua sepultura
e começam a encenar a peça de meu passado.
Tenho medo
eles ficam sempre comigo, não me abandonam
se alimentam de minha alma.
E fazem um esboço sombrio do meu destino.
e inicia-se a tortura,
onde o carrasco é minha razão.
e começa o açoite
onde a razão obriga-me a aceitar.
Não sei que horas essa noite terá seu fim,
provavelmente, quando amanhecer,
minha alma já sem forças
consiga descansar em paz.