Desassossegada
Sinto-me desassossegada. Bastante. Extraordinariamente.
O sol reluz, quente. O rádio debita as músicas banais que têm por costume ocupar o ar. O meu quarto é o caos enigmático do hábito.
Há muito que fazer e organizar… mas tal não seria razão o bastante para esta angústia no coração. Aguardo tudo ansiosamente. Excessivamente ansiosa. Na garganta constitui-se um nó que me embaraça os movimentos. Quase sinto as mãos estremecer, os traços do meu ser mostrarem-se fracos.
A minha força agora é diferente, delicadamente divergente… e ainda assim, possuo informação de que já não suporto o peso do teu olhar. Desacostumei-me de ti e agora tenho medo. Receio-te. A ti e ao teu olhar que eu adivinho reprovativo.
Espero mesmo estar errada e que no fim saiba rir de mim.