Choro de um Escravo II.
Lá do outro lado
caminha minha vida,
mas distante de lá,
estou eu em milhas.
Meu peso está na alma,
e na pesada barcaça.
No porto, ou no mato ,
encontro-me isolado.
Senzala estreita
armazena e condena ,
a vida alheia de
uma nação moçambiquenha.
Grita o sol,
chora a chuva,
Passam-se minhas emoções
junto com todas as estações.
Lá do outro lado,
caminho em liberdade
e eu aqui com todas estas crueldades.
(texto dedicado a todos os "escravos " que aqui pisaram)