Apocalipse

Apocalipse

É noite... Escura, impõe o fim de mais um dia cinza. Alívio ou desespero? A humanidade já não sabe mais. Entretida com ilusões e rindo da própria desgraça, caminha de forma lenta e animalesca, como uma fera escondida ao caçar sua presa, o próprio homem.

Após um dia igual a todos os dias anteriores, o homem liga a TV para, segundo ele, “esvaziar a mente”. Ele não se assusta mais com tragédias, assassinatos, guerras e acidentes. O dia já foi o suficiente.

Em seguida, o homem acorda, cedo, para não apenas trabalhar para a sobrevivência, mas viver para trabalhar. Mecanicamente, parafusa, monta, pensa. O homem já é máquina. Máquina, que é alimentada pelo ‘fast-food’ gorduroso como o óleo. Máquina dominada e controlada pelas suas invenções.

Em algum lugar distante, mas não tão distante assim - talvez do seu lado -, o homem teme a ele próprio.

Rafael Saraiva
Enviado por Rafael Saraiva em 25/05/2009
Código do texto: T1613415
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.