Apocalipse
Apocalipse
É noite... Escura, impõe o fim de mais um dia cinza. Alívio ou desespero? A humanidade já não sabe mais. Entretida com ilusões e rindo da própria desgraça, caminha de forma lenta e animalesca, como uma fera escondida ao caçar sua presa, o próprio homem.
Após um dia igual a todos os dias anteriores, o homem liga a TV para, segundo ele, “esvaziar a mente”. Ele não se assusta mais com tragédias, assassinatos, guerras e acidentes. O dia já foi o suficiente.
Em seguida, o homem acorda, cedo, para não apenas trabalhar para a sobrevivência, mas viver para trabalhar. Mecanicamente, parafusa, monta, pensa. O homem já é máquina. Máquina, que é alimentada pelo ‘fast-food’ gorduroso como o óleo. Máquina dominada e controlada pelas suas invenções.
Em algum lugar distante, mas não tão distante assim - talvez do seu lado -, o homem teme a ele próprio.