PERGUNTO-ME SEMPRE PORQUÊ? / PERGUNTO-ME SEMPRE PORQUÊ?
PERGUNTO-ME SEMPRE PORQUÊ?
PERGUNTO-ME SEMPRE PORQUÊ?
SERÁ QUE ALGO NOS FALTA?
Por
Isabel Fontes/Frassino Machado
Tudo o que tenho foi conseguido com esforço
Sempre dei mais do que recebi
Sempre ofereci amor a quem não guardou
Pergunto-me sempre porquê?
Todos os limites humanos
Sendo em si mesmo insondáveis
Chegam onde ninguém pensa
E o amor que se tem,
Se é verdadeiro como convém,
Nunca exige recompensa.
Será que algo nos falta?
Já deixei de pedir desculpas por algo que nunca fiz
Deixo o tempo curar as feridas que me afligem
Deixo tudo nas mãos de quem nada merece
Pergunto-me sempre porquê?
Quem de nós tem consciência
De estar acima de toda a culpa
E de toda a suspeição?
Não sejamos dos outros juízes
Para não perdermos raízes
Nem a paz do coração.
Será que algo nos falta?
Falam de mim como quem fala do diabo
Gostava de mostrar o que sei fazer
Gostava que me tentassem compreender
Pergunto-me sempre porquê?
Há sempre quem se alimente
Do condimento da inveja
E do húmus da iniquidade,
Não façamos presunção
De querer ter sempre razão
Sem conhecer a verdade…
Será que algo nos falta?
Costumava pedir para pararem de me agredir
Agora quero apenas paz no meu sorriso
Agora quero apenas afirmar que estou aqui
Pergunto-me sempre porquê?
A quem o agrediu soubemos
Que a outra face deu
O tresloucado Nazareno,
Ecce Homo por entre gritaria
Todo o ódio suportaria
Do bicho humano tão pequeno.
Será que algo nos falta?
Gritam comigo sem eu saber as razões
Faço o que não me preenche por quem nem sabe quem sou
Faço o que não devia e deixo-os abusarem de mim
Pergunto-me sempre porquê?
Ter consciência do Mundo
Não é o mesmo que tê-la de nós
É bem claro este horizonte:
Por não nos conhecermos bem
Julgamo-nos ser alguém
E pomos máscara na fronte.
Será que algo nos falta?
Este é o meu testemunho...
Ésta é a minha liberdade!
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Isabel Fontes/Frassino Machado
22.05.2009