Dos desejos psiquiátricos.
Quisera eu ter a sanidade dos que dizem ser normal para compreender o que sentem por mim.
Quisera eu ter a condição de profissional são para propagar um ufanismo, ou pelo menos compreender o mesmo.
Pudera esses profissionais passar pelo clivo da doença mental, nada de esquizofrenia ou dependência química, para compreender a dimensão a verdadeira escravidão a mental.
Pudera eles entender o que é pedir ajuda e os outros virem com discursos prontos de auto ajuda, ou definições técnico-literárias.
Pudera entender que ressocializar não é só estar em meio social, que desmanicomizar não é estar fora de hospital psiquiátrico.
Que Deus ou alguma força pensante ou energética da natureza possa sim conscientizar, pois a nossa vã filosofia é interpretada como devaneios alucinadores delirantes.
Que nossa capacidade de autonomia seja interpretada mais do que uma expressão emocional e passe a ser entendida como real capacidade.
Que os mistérios da mente continuem obscuros, pois o pouco que se revela torna muitas pessoas acometidas por transtornos mentais em pessoas fúteis, preguiçosas que só querem chamar atenção, ou pior perigosas e marginalizadas.
Que as políticas sejam realmente por direitos de pessoas acometidas por todo e qualquer transtorno mental, e não apenas a profissionais que querem mais e mais reconhecimento.
Que os tratamentos aconteçam realmente, não seja cronificadores, e tão pouco marco de exclusão.
Que a luta comece não por mudanças de paradigmas, mas de consciência, de ética, de moral.