VIDA DEPOIS DA VIDA

De repente, paro para pensar. É inegável que a vida escorre como água pelos vãos dos dedos. Estamos aqui de passagem. Mas, qual será o nosso destino após deixarmos este invólucro carnal, que chamamos de corpor? Temos realmente um espírito? Uma alma? Já existíamos antes do nosso nascimento? Continuaremos a existir após ceifados pela dama de negro, que chamamos de morte?

No Evangelho Segundo o Espiritismo, leio: “ ... quatro alternativas se apresentam ao homem pra o seu futuro de além-túmulo: primeira, O NADA, DE ACORDO COM A DOUTRINA MATERIALISTA; SEGUNDA, a ABSORÇÃO NO TODO UNIVERSAL, de acordo com a doutrina panteísta; terceira, a INDIVIDUALIDADE com a fixação definitiva da sua sorte, segundo a doutrina da Igreja; e, quarta, a INDIVIDUALIDADE COM PROGRESSO INDEFINIDO, segundo a Doutrina Espírita. De acordo com as duas primeiras, os laços de família se rompem depois da morte e não há nenhuma esperança de reencontro; com a terceira, há a chance de se rever, contanto que se esteja no mesmo meio, esse meio pode ser tanto o inferno como o paraíso; com a pluralidade das existências, que é inseparável da progressão gradual, há a certeza na continuidade das relações entre aqueles que se amaram, e está aí o que constitui a verdadeira família”.

Nada existir ou perder a individualidade no todo universal praticamente é a mesma coisa. Castigo eterno? Paraíso eterno? Ora, o homem nunca é inteiramente bom, ou inteiramente mau, assim, qualquer julgamento que lhe premei ou castigue eternamente será desproporcional aos atos que teve na vida terrena. Será um julgamento injusto. E Deus seria injusto?

Não faço estas considerações para influenciar meus prezados leitores. Não é este o objetivo deste escriba. Meu desejo é apenas provocar uma reflexão sobre os mistérios da vida e pós-vida e não fazer doutrinação. Outrossim, de minha parte, não sendo espírita, mas espiritualista, adoto a doutrina reencarnacionista, e não por uma questão de fé, mas de raciocínio e de lógica.