O astral do meu inferno
Por aqui de nada adianta ficar falando. As palavras tomam outro caminho quando caem no ouvido. Existe uma perda acontecendo em cada ditongo. Por aqui o som inexiste, incompleto, perfeito.
As dores repetem os medos, antes de dormir digo adeus bem calada, me afasto de perto do tempo, o futuro mais perto, bem perto, bem vivo.
Revejo o que acontece em todos os cantos, coisas que nunca soube explicar do meu singular modo. Reflito e pergunto: hei o que nesse momento pode estar acontecendo?
Tem gente morrendo, tem gente acordando. Atordoados em pesadelos, atravessando as esquinas, procurando palavras menos batidas para colocar em seus textos. E há quem acredite no que penso, existe maluco pra tudo.
Por aqui tenho sentido frio. Por aqui o tempo incontrola. Por aqui somos todos estranhos, em um tempo desconhecido que compartilhamos.
Eu quero falar de um sonho que inexistia há bem pouco tempo. Mas fica pra uma outra hora.