DIAS GRIS


Existem dias na minha vida que não consigo por em ordem meus pensamentos. São dias em que não sei o que realmente quero e minha mente vagueia como folha seca ao vento.
Hoje é um dia desses na minha vida. Não sei de onde vim e nem para onde vou e a única coisa que sei é que tenho muita pressa em encontrar um caminho onde possa descobrir uma saída.
Atônita e asfixiada neste labirinto sem opções, ridicularizo minha própria existência e sinto-me demasiadamente deprimida.
Fecho os olhos e vejo além da escuridão algo que me impede de enxergar mais adiante, e num ímpeto dirijo-me até a janela.
Vejo no horizonte um pássaro que voa sem rumo e consigo por frações de segundos me encontrar.
Tento dar um objetivo a minha descrente vida, mas não consigo. Sou talvez quem sabe semelhante a aquele pássaro, sem meta e sem futuro ou talvez semelhante a um bárbaro que violou todos os direitos humanos.
Por acaso não serei também um deles?

Hoje fui ao centro da cidade e não vi uma só criança aos meus pés pedindo um pedaço de pão, sei que poderia ter visto se tivesse procurado ver, eles estavam lá, mas eu estive tão absorvida as vitrines luxuosas que nem sequer os notei.
Hoje sem dúvida sou também um deles, indiferente a todo sofrimento que me rodeia.
Sim, um bárbaro!
De que então me adiantou rezar a noite e ao nascer do dia acordar assim?
Fui à igreja rezar e ao retornar para casa feri injustamente com rudes palavras alguém que me ama.
Todas estas ações pesam na minha consciência. Fui injusta e o arrependimento não ameniza minha culpa.
Preciso sim que me perdoem, só assim encontrarei uma saída pra este dilema que está sendo minha vida.



Jorgely Alves Feitosa
Enviado por Jorgely Alves Feitosa em 08/05/2009
Reeditado em 24/01/2013
Código do texto: T1583441
Classificação de conteúdo: seguro