O Deserto

Por onde o vazio estende-se,

Em meio ao nada,

Tempestades de areias,

Não se vê nada, além de areia e pedras,

Não se sente nada,

A não ser calor.

Estou vivo,

Morto, porém pela saudade,

Sinto frio,

Apesar de estar quente,

Desidratado pelas lembranças,

Que me fizeram,

Negar a minha existência.

Nenhum Oasis,

Nenhuma caravana,

Nenhuma alma,

Apenas o tempo,

Que me lembrou outras épocas.

Nenhum sorriso,

Nenhuma palavra,

Nada, nem rosas ou rios,

Desespero,

Loucura,

E a vontade insana de rever o passado,

E suas glorias.

Onde estão seus passos?

Que a poeira afastou do meu caminho!

Apagaram-se como velas,

No simples soprar de uma brisa,

O calor deu lugar a noite,

A lua e as estrelas,

Um manto negro,

Que esconde fantasmas,

Assombrando meus sonhos,

Num terror real.

Estou a ponto da loucura,

Onde posso ouvir gritos,

O frio aumenta meu delírio,

As rochas tomam formas grotescas,

Que abala o espírito mais guerreiro.

O que existe além das areias?

O que tem por trás do deserto?

Será que pode haver paz na solidão?

Não acredito no dia nem na noite,

Nem no Deus que nos rodeia,

Mais, acredito na paixão como um todo,

Paixão essa que me levou a caminhar deserto,

Com a mesma força com que levantas as areias,

Soprando o amor em meu coração,

Acredito apenas nesta força arrasadora,

Que constrói jardins cheios de Oasis,

Assim como deixa deserto,

A alma de quem lembra o “Adeus”

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 08/05/2009
Reeditado em 23/11/2009
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