O esquecimento.

Esquecemos a beleza do circo, da poesia e da risada. Esquecemos também que não é só a mágoa que contagia, que o choro pode ser de alegria, que na tv não é só tragédia que vende.

Esquecemos que as gotas do oceano são milagres da criação. Todas elas! E que o mundo se reinventa a cada segundo, a cada piscar de olhos e respirar do novo. Os pingos de chuva podem cair sobre nossas cabeças, podemos até pegar um resfriado, mas nos esquecemos que vale a pena correr o risco - para nos sentir mais próximos de nós mesmos outra vez!

Esquecemos também da beleza de um sorriso. Aquele sorriso que acalenta a alma e te faz desejar o nascer do sol para vê-lo novamente. Que te faria desejar morrer em troca daquela existência, te faria matar quem roubasse sua flor mais bela. E talvez te fizesse entender a razão de uma vida.

Todos devemos ter um pouco do sorriso da Mona Lisa e não precisar de razões para sorrir. O sentimento não precisa de significados, nem de pretextos. Mas de vontades e de sonhos.

Devemos voltar a acreditar nas palavras de um sonhador. Acredite em mim, se nada melhor aparecer no caminho. Porque eu não acredito em ninguém. E eu preciso disso também.

As coisas não irão mudar sem o nosso esforço. E no meio do caminho talvez percamos a distinção entre o suor, a lágrima e o sangue. Amanhã pode até ser um novo dia, mas talvez ele nem chegue, e hoje pode ser o último.

E então o pano de fundo irá se desfazer ao sabor do vento, sem escolher seus passageiros nem seus destinos. Quando isso ocorrer, não nos será mais permitido algo além do esquecimento.

Lucas Sidrim
Enviado por Lucas Sidrim em 07/05/2009
Reeditado em 26/05/2009
Código do texto: T1580039