Sociedade de Sofistas
Seria muito bom se fôssemos tão perfeitos quanto exigimos de nossos filhos.Trabalhamos demais, lemos psicologia demais e voltamos para casa estressados demais e pseudos-psicólogos.
Sim porque dessa auto-ajuda que compramos, fazemos tudo, menos auto-ajuda, saímos por aí, estereotipando todo mundo, avaliando, julgando e lógico condenando todos os que não se encaixam nos padrões com os quais nos identificamos. Aliás nos identificamos apenas para identificar os defeitos alheios, nunca os nossos. Espelhos, a verdadeira psicologia bem sabe, mas só ela pois continuamos a falar a nós mesmos, “fulano tinha que ler isso”, “beltrano tinha que ler aquilo” e nós não lemos, pelo menos não de verdade.
Estereotipamos nossos amigos, nossos pais e pior nossos filhos: hiperativos, distraídos, depressivos, tristes, preguiçosos, nerds. Imperfeitos demais para uma sociedade que tem tantos modelos e padrões de perfeição e onde a realidade passou a se encaixar sempre em síndromes, psicopatias, transtornos, percentagens. Afinal o que é real?
Ficamos melhores... Não. Ficamos hipócritas, ainda mais hipócritas. Encaixamos todo mundo, as vezes somos capazes de enxergar nossos defeitos e transtornos, mas esses são sempre mais difíceis de se resolverem que os dos demais, sempre muito fáceis de enxergar e resolver!
Hipócritas com um discurso muito bem elaborado, científico.
Na época de Sócrates, estaríamos muito bem ao lado dos Sofistas!!!
Bons de lábia, donos de uma retórica perfeita, mas só isso, retórica!
(Valéria Trindade)