planos e frustrações

Não preciso de exatidões nem de certezas. A vida não tem muita graça quando é previsível demais. Mas confesso, gosto de um pouco de estabilidade. E não é de qualquer estabilidade, mas da minha estabilidade. Estabilidade com um pouco de previsibilidade. Para saber o que fazer quando algo acontecer; ou não acontecer. Não me considero metódica nem sistemática, mas tenho um pouco disso nas coisas que faço. E espero, assim como todo mundo, que as coisas aconteçam da forma que planejei. Não sei lidar com frustrações; apenas tento. Ou melhor, estou aprendendo com o passar do tempo e a cada nova frustração. O que não me impede de agir irracionalmente frente a algo que não saiu exatamente como eu planejei. Porque, geralmente, nada acontece da maneira exata que planejei. Contudo, há horas nessa vida em que os planos precisam se tornar realidade na mesma ordem que imaginei: sem tirar nem acrescentar. Não quero, dá licença? Os planos são meus, posso ficar com eles, do jeito que eu quero? Só que ai tenho um problema, uma questão que eu ignoro. Os planos, nem sempre, são só meus. Eu projeto algo que eu queria, a reação daquilo, o bem que pode fazer, os riscos envolvidos e, muitas vezes, esqueço que do outro lado existe uma pessoa. E ela é única. No sentido de não existir igual nesse mundo. E não necessariamente agirá da forma que esperei. Porque isso não tenho como planejar. Embora insista em tentar de vez em quando. Aprendi que as pessoas não são iguais umas as outras e isso vem com o fato de Deus ter dado uma impressão digital para cada um. Somos únicos, cada um com sua qualidade e defeito, sem sermos igual. E me esqueço que não posso (nem devo) querer que sejam igual a mim. Dai me magôo. Fico decepcionada pela pessoa não ter me dado o que eu queria. Pelos meus planos não terem saído da forma que almejei. E quando dizem para mim que o sentimento certo é a frustração, eu digo “Dá licença, que os sentimentos são meus?” E quando dizem que não tenho o direito, que deveria enxergar esse tipo de situação de outra forma, eu respondo “Eu já sei disso. Só não consigo!”

Lílian Zopelar
Enviado por Lílian Zopelar em 22/04/2009
Código do texto: T1553661
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