Meu pensamentos sempre voltam à Ela

Já é tarde, a noite caiu a um tempo, sinto que as coisas ainda não adormeceram

sinto que a manhã tarda a cair, o sol tende a se esconder cada vez mais.

Minha vontade em mim é repousar, mas no meu interior, sinto que ainda falta algo a ser feito antes do descanso de todo dia, algo para ser concluído, algo que se não for, não me dará o descanso. Vou internamente em meu interior a busca de respostas, pergunto ao meu ego, o que falta, o que não fiz. Mas sinto um total vazio, uma imensidão de nada, uma fossa oceânica, não quero nem olhar para baixo.

Lá pela janela, vejo os pássaros cantando nas árvores, mas cantam como meu canto, choram como eu, sentem também que ainda falta, e falta muito. Eles cantam um som fúnebre, o que há de acontecer. Quero descansar. Não, não posso. Tenho deveres, ou seria somente um único. Olho ao relógio, o qual parece estar travado, ou foi eu que parei aqui em meu mundo.

Mas, como, como pude ser tão ingênuo todo esse tempo, com toda essa nuvem verde em mim. Como não a enxerguei, estava lá o tempo todo, como pude ser tão cego. Era ela, o tempo todo, era ela quem me chamava, queria apenas se despedir, dar seu último adeus.

Estava lá no céu, entre as estrelas, parece que tudo que olho, não sempre, sempre o pensamento volta à ela, não há como escapar, o sofrimento ainda é grande. Tento, me esforço a me focar no dever, todavia, sempre peco o foco, volto-me a ela. A amo, mais que tudo. Sinto que estou zonzo, dei o seu último adeus, ela se foi feliz, agradecida, ternamente calma. Eu então pude descansar, porém não a esqueço um só instante. O relógio estava mesmo travado.

Leandro Mello
Enviado por Leandro Mello em 21/04/2009
Código do texto: T1552265
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