Sobre escolher

O mundo é anterior a todos nós, já chegamos e tudo está pronto, o que nos resta é assimilar.

A vida nem sempre é como gostaríamos; as pessoas agem de maneira diferente a que gostaríamos que agissem.

Perdemos tanto tempo tentando mudar as coisas, e, ao mesmo tempo, perdemos também com coisas tão inúteis.

Há uma cultura anterior a nós; moramos numa casa que não escolhemos; temos um nome que, às vezes, não desejaríamos ter; usamos roupas que nem sabemos se combinam ou não conosco, e por aí vai.

Já viemos atravessados por escolhas que não foram nossas, a desculpa é que não poderíamos mesmo escolher.

E quando há possibilidade de escolha, o que fazemos?

O que realmente deve ser feito? O que vale pena fazer?

Com o que "devemos" perder tempo?

O que "devemos" mudar?

Quem merece nossa atenção? O que não é inútil?

Tantas questões afinal, muitas sem respostas.

Decidir o que vale a pena passa a ser distante a medida que outros continuam a ter voz em nossa vida.

Não que tenhamos que mudar de nome ou que mudar de casa em forma de protesto, mas nos impor de alguma maneira para fazer valer nossa opinião seria válido.

As escolhas que passam a nos atravessar são de propriedade exclusivamente nossa, não cabe a ninguém além de nós fazê-las. Mas é tão fácil quando escolhem por nós, não é verdade? Atribuir a uma outra pessoa a responsabilidade de uma escolha, que diz respeito à nossa vida, é achar alguém para pôr a culpa de algo errado que fazemos.

O mundo é feito de escolhas, a maioria não é nossa, mas algumas são e é dessas que devemos nos ocupar.

Somos feitos de escolhas, mas precisamos aprender a escolher (o que, quem, como e quando).

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 21/04/2009
Código do texto: T1551820
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