Algodão
No alto dos céus encontro alento.
*
Mas o que vejo pairando tranqüilamente no céu azul?
Nuvens de outrora,
Nuvens da infância que tomavam formas, que obedeciam aos comandos meus.
Nuvens negras de tempestade, que levam o ódio, a desilusão; que levam os raios e a destruição.
Nuvens de chuva, de vida, de paz; nuvens que trazem consigo inspiração, reminiscências, nostalgias...
Nuvens de agora, embaçadas, turvas pela quebra da ilusória realidade.
Tantas e tantas nuvens; única maciez para acariciar uma alma ferida.
Tantas e tantas nuvens; tão poderosas, tão necessárias e vão-se embora ao sabor da suave brisa da tarde.