Argumentos
Como se diz na matemática, dois segmentos em paralelo jamais se encontram. As mentes humanas são vários segmentos em paralelo.
[argumento um] – às 00h12min AM (quinta-feira, 16 de abril)
Eu acredito numa vida corroída, onde planos são apenas cartas Tarot viradas sobre uma mesa: podem ou não vir a tona. Onde seguir sempre seus próprios princípios, somente, é acreditar que a terra ainda é plana: sem ter uma mente aberta, você acaba pensando que caiu num abismo ao desrespeitar-los. A vida não é só uma, são várias, logo, também, são várias doutrinas e várias regras, acreditar que elas sempre vão reagir de acordo com as suas lógicas e girar sempre em torno de uma única crença é ignorância, é querer ser só – sempre uma regra vai contrariar a outra, sempre um princípio vai anular uma ordem, porque não aceitar várias idéias e deixar por vezes a própria para entender outro preceito? É preciso sempre algo Novo para girar.
[argumento dois] – às 04h54min AM
Em algumas espécies que ocorre entre os anfíbios, existem os machos que podem mudar de sexo durante todo o seu ciclo vital para manter a geração de sua espécie.
Antes de receber quaisquer classificações, todo corpo constituído de cromossomos, células e outras coisas mais, é descendente de uma só origem. Então o que pode garantir que tudo que vemos sobre a terra e precocemente determinamos como normais ou anormais, de fato é o que julgamos? Não existem características fixas para algo ser classificado como anormal ou normal. Normal é contrariar, sobre tudo, normal é ser anormal. Quem vive de acordo com a sua anormalidade, loucura pode-se dizer, e usufrui do respeito pela loucura dos outros é quem é vivo de verdade. Loucura é um dom que para poucos nessa vida foi concebido. São coisas que devem ser priorizadas na vida. Além do mais, o que importa na vida mesmo é a procriação, pois o que difere uma espécie de outra, é o que ela gera: alegria, amor, rancor, etc. É só o que vai importar no final.
[argumento três] – às 13h27min PM
Em relação ao amor, do qual não me canso em discursar, tomei em conta de que acredito nas formas em que ele pode se manifestar, tais como no ardor do ódio, no doce enjoativo do rancor, na clareira decepção e nos sons da solidão. Ao longo de alguns meses que se resumem em alguns instantes, aprendi que o amor verdadeiro nunca se esgota, apenas insensibiliza. Pode ser despertado com o murmuro de um grilo.
[argumento quatro] – às 3h19min PM (sexta-feira, 18 de abril)
Sobre uma pequena felicidade que inchou nos meus lábios.
Porque sempre esta ‘felicidade’ resolve despertar em mim logo quando estou à beira de me adaptar com um estado insuficiente?
É ridículo, mas sou como uma mulher gorda: come tudo que vê pela frente apenas com o impulso de satisfazer a falta de algo que ela desconhece, ou se é apenas uma compulsão, já eu, inconscientemente procuro algo que satisfaça a minha necessidade de felicidade diária. A mulher gorda só vai emagrecer quando descobrir o que pode dar tanto prazer em si quanto comer, e se caso exista a falta de algo, o que poderia recompensar essa carência. Quanto a mim, acho que só vou aprender a ter controle quando, assim como a gorda, ter consciência do quanto o excesso de felicidade na minha vida causa conflitos emocionais. Eu já sou feliz, não preciso de mais felicidade na minha vida. Assim como tanta coisa na vida a felicidade em excesso também pode ser nociva, ela pode anestesiar outros sentidos que nos são de extrema importância.
Felicidade e tristeza, ambas são essenciais para a vida: uma te dar prazer e conforto, a outra, te desperta e te trás de volta ao chão.