Brisa 13
É difícil aceitar a idéia de que eu nunca me apaixono pela pessoa certa. É complicado admitir que eu quase nunca faço algo certo. Mas ninguém pode me culpar por agir assim. Não tenho culpa de ter idéias erradas das pessoas e uni-las todas para formar outra alma-gêmea. Todas as garotas pelas quais me apaixonei, sem exceção, pareciam perfeitas; feitas para mim, no meu número. Por que elas aparecem tão liricamente perfeitas? Por que elas mudam depois que as conhecemos?
Depois de me apaixonar tantas vezes, acho que ao menos uma lição eu aprendi: ninguém está ligando para o que você sente. Ninguém. Nem mesmo a suposta amada. Ela menos, posso dizer. Enquanto ela está se divertindo, vendo você se torturando, está tudo muito bem. Elas até te dão esperança, para que você não desanime. Mas uma hora a brincadeira perde a graça. E essa é a hora em que você se sente jogado num abismo. Sem mais nem menos, ela começa a te ignorar; o próximo passo é a rejeição; depois você percebe que está falando sozinho, e sente a velocidade aumentando durante a queda.
A cada paixão, uma esperança. A cada esperança, uma desilusão. A cada desilusão uma dor, um começo, uma lição.
William G. Sampaio [27/4/08]