vampiros
O que diariamente fazemos de nossas vidas que contrário a tudo que possamos pensar, nos caracteriza como um vampiro? Personagem de ficção ou não, memoriza em nossa mente o dissabor de uma solidão.
Todos nós, sem excessão sugamos rotineiramente algo da vida, ou da nossa vida ou da vida alheia, diga-se de passagem. Somos como vampiros envolventes rastreados pela noite ardente e acolhedora. Luz, divina chama de sabedoria, cegueira fria e pulgente. O que difere de nós? O sangue que escorre é tênue e a dor súbita da mente, enfraquecida.
Porque tantos sofrem de agonia, angustia submetida ao nome inverso de depressão. O que determina que a solidão de nossas vidas seja caracterizada como síndrome de pânico.Creio que a indiferença seja o grande mal do mundo, igual caninos profundos.
Poderíamos reverter qualquer coisa se aliados a nossa sombra estivesse em ruínas a nossa sobrevivência.
Na verdade, quando se deu o início desta derradeira derrota? Mãos frias e cautelosas, sugando a alma de dentro para fora. Vejo que o início se deu com o fim dos relacionamentos, quaisquer que sejam . Não há vínculos tributais.
O homem procura a mulher do passado em um corpo evidentemente adepto ao futuro. E a mulher deseja um homem do passado, evidentemente próspero de futuro. Não edificamos mais sentimentos, lapidando-os com contornos mágicos. Entramos na internet e encomendamos um par romântico da mesma forma que especificamos a mobília da reforma de nossa casa.
Somos todos vampiros, bebemos de um sangue diário imaginário e não nos reconhecemos sem imagem no espelho de nossa vida. Esta imagem perdida só será refletida quando verdadeiramente amarmos.
E quando saberemos ao certo se a maldição desdita se desfez ao léu de nossa vida?
Saberemos quando simplesmente deixarmos as coisas acontecerem .
Saberemos quando não justificarmos tanto as nossas escolhas
Saberemos quando não precisarmos de tantos conselhos para decidirmos o bem ou mal de nossa hora.
Saberemos quando entendermos que a todo instante cairemos e nos levantaremos de qualquer jeito.
Saberemos quando deixarmos o amor com asas.
Somos todos vampiros, ao lermos ou ao escrevermos, sugamos , energizamos e nos expomos como realmente somos.
Podemos como eles viver toda uma vida eternamente, escrevendo um história diferente , sem névoas, pedras ou túmulos.
Sim podemos.
Eis a grande diferença entre nós e eles.
Enquanto dormem na luz, nós caminhamos.