EGOle-me
Assusta-me a minha capacidade de me autoanalisar.
Vejo-me assim: eu.
Assusta-me a intensidade dos meus mergulhos e me entristeço com a minha incapacidade de finalizar.
Fragmento-me e me experimento sem nem me dar conta disso. Quando menos espero, encharcada estou. Minha consciência, porém, não pesa, ultrapassa a nação do peso.
Então:
Paro.
Começo.
Paro.
Recomeço.
É uma reescrita de mim em ciclos que, de redondos, se quadrificam.
Troco nomes, espaços, tempos e me troco.
E me encontro e, no avesso de mim mesma, me desmorono e me edifico nesse quadrado circular que chamo de vida, mesmo que perdidamente no rumo certo.
Um caminho meu, um caminho com volta e eu me volto a mim mesma. Encontro-me só e há um silêncio ensurdecedor, quando me pergunto do pouco que vivi e do muito que vivi e não encontro resposta.
E minha face vir’água. Minha lágrima se mistura à chuva dos meus pensamentos. Mergulho. Me perco. Finalmente, me acho.
Veridiana Rocha
13/04/09