CRENÇA

Vou relatar um pouco de como tem sido o meu encontro com as religiões.
Passei muitos anos da minha vida para entender o mundo que estava em minha volta.
Minha família sempre foi muito religiosa, mas nada que me levasse a despertar curiosidades e interesses. Ninguém frequentava igreja, mas tinham seus santinhos...
Aos seis anos começaram os meus pesadelos e todos eram muito parecidos. Eu via nas paredes do quarto imagens de santos e fotos antigas, entre os santos eu sempre via Nossa Senhora de Aparecida, era a única que eu sabia o nome.
Sempre que isso acontecia, eu não conseguia me mexer e nem minha voz saía, era terrível. Só depois de um tempo é que tudo passava e então eu carregava meu colchão para o quarto da minha mãe.
Com o tempo, as coisas foram piorando, as visões eram mais frequentes e eu sentia que algo estava para acontecer.
Certo dia vi uma pessoa, logo percebi que se tratava da minha avó, corri para contar para minha mãe e não tardou para a notícia do falecimento dela chegar. A primeira vez pareceu-me coincidência, mas depois foi com outras pessoas próximas da família. Eu pirava com tudo isso e morria de medo.
Minha mãe não tinha conhecimento e nem entendimento sobre religiões e quando fiz 15 anos, achei que deveria aprofundar-me mais sobre tudo e entender o que se passava comigo. Foi então que, com a ajuda de algumas amigas, passei a frequentar vários tipos de religiões. Estudei cada uma de forma muito objetiva e sem envolvimento.
Alguns lugares me encantaram pela seriedade e compromisso com as pessoas, outros nem tanto. Fui a muitos lugares, umbanda, mesa branca, etc.
Tudo isso levou anos de entendimento, mas não podia parar, pois via em mim algo mais e que eu achava não ser tão bom.
Estudei cartomancia, cabalismo, anjos, cromoterapia, runas, energia através de forças, fiz mapa astral , numerologia e astrologia.
E a minha vida foi passar de um curso para outro, em busca de respostas. Nesse tempo me encontrei muito com a parte mística, ela respondia o que eu estava vivenciando em minha vida. Sempre fiz o máximo para encontrar a paz para minha alma.
Dos vinte aos vinte e seis anos, achei ter encontrado meu espaço em tudo isso...
Fui abençoada várias vezes e nem mesmo sei explicar, mas estava envolvida com um mundo que me procurou e não que eu não procurei...
Eu morava sozinha e, com o tempo, foram surgindo pessoas que me procuravam para meditar, conversar e isso foi crescendo tão rapidamente que, embora eu me assustasse, fazia-me bem ajudar ao próximo.
Algumas dessas pessoas tinham problemas com drogas, bebidas e outras não acreditavam em seu valor como pessoa. Assim algumas conseguiram progredir, outras acreditavam que era uma questão de tempo e apoio da família.
Com isso eu sempre era presenteada com gnomos, duendes e fadas. Esses presentes despertaram uma nova paixão em minha vida.
Depois de tantas buscas, encontrei paz no Kardecismo, nesta época eu já era casada e tinha filhos. Fiquei algum tempo frequentando um centro espírita que era bem longe da minha casa e pela distância parei de ir.
Fui à procura de outros mais próximos, mas como tudo na vida, tinha alguns que eram bons e outros não me tocavam o coração. Muitas vezes percebia que as pessoas achavam-se superiores por incorporarem os espíritos, como se fosse uma honra ou premiação.
Eu sempre acreditei que esse tipo de mediunidade é um dever e não um presente por merecimento, na verdade é uma obrigação, uma missão.
E por tanto desencontro com minha verdade, vivi para a natureza, buscando na magia, o encanto de viver. Tudo e todos merecem respeito mesmo que estejam em estradas distintas.
Seus objetivos são os mesmos: Deus!
Hoje sou espírita Kardecista, acredito em amuletos e meu sonho é criar um jardim para os meus gnomos, elfos e fadas. Amo as minhas pedras, as cores, as flores, o Sol e a Lua. Acredito em vidas passadas. Acredito no destino traçado.
Hoje acredito só nas coisas que tocam minha alma!
Sou espírita, mas amo Nossa Senhora de Aparecida e Iemanjá, a Rainha do Mar.
Hoje acredito em um pouco de tudo, inclusive que vivo rodeada de amigos de todas as dimensões.
As respostas para todas as perguntas que sempre fiz? Encontrei somente algumas...
O caminho ainda é longo e tenho muito para aprender e aos poucos essas respostas irão surgindo. A estrada da vida é cheia de surpresas, mesmo assim continuo nela, caminhando pacientemente com as minhas amigas fadas.

Adriana Leal



Revisado por Marcia Mattoso