Às vezes...
Às vezes...
Confudimos o gostar com o amar.
Às vezes,
Gostamos e não somos gostados...
Às vezes,
Amamos e não somos amados...
Às vezes,
Sentimos saudade...
Saudade daqueles que,
Às vezes,
Nem lembram de nós!...
Às vezes,
Sentimos saudade, mas...
Também não dizemos nenhum olá,
Nenhum ‘bom dia’!...
Nem mesmo perguntamos
Como estão indo...
Indo bem na vida...
Às vezes,
Nem mesmo nos preocupamos
Com o nosso real viver...
Como podemos nos preocupar
Com o nosso semelhante?
Amar é isso?...
Por amar não vê!
Amar é gostar?
Amar o quê?
Quem?... Onde?...
Amar a sofreguidão?
O contentamento?...
A retidão em nossa ilusão?
— Quem sabe?...
Nunca se sabe...
E talvez nunca saberemos!
Sem poema e sem razão...
Viveríamos na solidão!...
Solidão...
Onde mora a escuridão!
Todos somos loucos!...
— “Não sou!...
— Loucos são os “Cegos”...
Os insensatos e os pobres de espírito...
Desvairados no tempo e no vazio!...”.
Paulo Costa
Novembro de 2008.