“O que penso não é meu”
O dono do pensamento de que, por imodéstia nos apossamos, não pode reclamar sua autoria, sua voz não pode ser ouvida neste século material. O pensador, como é libertino, diz aos quatro ventos que é dono de algo novo. Só se auto-intitula autor original, aquele que desconhece os sábios do passado. Só mesmo um tolo diria que seu discurso é singular. Todo pensamento que se trás à luz deste mundo não nos pertence, nem a ninguém, para que também seja louvado como preceptor ou mestre... Todo saber do homem atual nada mais é que a síntese dos saberes dos homens do passado, nada é novo, tudo já estava lá na natureza dos homens e das coisas. Sócrates de Platão era pura contemplação do infinito mundo sensível. Depois sugiram os ditos espíritos criadores, os filósofos modernos. Mas eles nada disseram ou produziram... Nada que se diga: “que espetáculo que coisa nova”, só se pode cria a partir de, nunca do ser. Vejamos que nossos sábios, portanto são corredores de uma magnífica maratona de mentes inquietas que professam serem criadores de sonhos novos. Sonho: é isso que move os homens pensadores ou não. O que temos agora como resumo do pensamento é a nossa vontade como representação, nosso mundo inventado por nossa capacidade perceptiva e cognoscitiva, nosso: “mundo vontade e representação.”