REJEIÇÃO
REJEIÇÃO...
Há muitos dias venho tentado evitar tal sentimento, algo que tem tornado-se iracundo dentro de mim, mas preciso falar sobre... REJEIÇÃO.
O que seria tal sentimento que nos faz ver que estamos sós.
Mas para senti-lo ou entendê-lo por completo você precisariam estar acompanhado algum dia, talvez os mais egocêntricos dissessem que não necessariamente teríamos que estarmos juntos de alguém, algo ou até de nós mesmos.
Alguns defendem que a companhia em nada pode nivelar ou racionalizar a tal rejeição.
Muitos vivem sozinhos há anos e nunca se fizeram notar a rejeição ou nem se deram conta de que ela esteve ao longo dos anos a dividir seu leito.
O egocentrismo não dá espaços para humildade de admitir que se estamos sozinhos podemos ter errado em alguma ocasião.
Ser rejeitado dói e neste momento somente a solidão se faz presente, e é ela que nos lança ao rosto e por vezes rir em nossa face.
Ria-se da vontade de nos ver nos cantos das praças, ou até nas calçadas em busca de alguma razão para continuar vivendo.
Ao dobrarmos a esquina, a depressão pode até nos receber de braços abertos.
Rejeição é triste, e suas fissuras em nosso corpo nos fazem deitar no colo da rebeldia, que de prima nos lança nos fundos da insensatez.
Uma noite acordei rejeitado e ao olhar meu leito notei que havia alguém estendida, era a minha incompreensão tentando me dizer para amolecer meu coração.
Nestas horas de reflexão fica difícil dialogar com a razão.
A alma sangra e o espírito geme de dor, valha-me nosso Senhor que nos livre do pranto, nos cubra com seu manto e nos dê consolação.
Mas consolar do quê?
Pronto, o orgulho acabou de chegar!
E sobre a mesa de jantar oferece amarga refeição.
Uma mistura de ingratidão, rebelião, arrogância, prepotência, soberba, ensopados de mentiras sem sal para não dar tempero à nação.
Do que me vale tudo isto se eu morro de indigestão!
É bem melhor passar fome, do que a glutonaria da REJEIÇÃO.
Paulo Cantagalo, Rio de janeiro (Rejeição) – 01/04/09 – 17h10minhs