O ABSURDO CHAMADO VIDA*

Certa feita, um homem descontente com os seus inúmeros infortúnios e desgostos resolveu questionar-se sobre uma justa causa para tanta dor e sofrimento serem infligidos a uma pessoa. Investigando profundamente sua história, chegou à conclusão de que se não tivesse nascido não teria que enfrentar uma carga tão pesada como é o fardo da vida.

Quem poderia fazer tão mal a alguém? Impor a uma pessoa, sem lhe fazer uma consulta prévia, a fatídica e trágica aventura da vida? Não é esta o maior de todos os males? Não estaríamos muito melhor na eterna inexistência?

Sim, pois quem concede a vida também oferece não como opcionais, mas como itens de fábrica, a morte, a dor e o sofrimento. Não fizeram muito mais mal a nós nossos pais dando-nos a luz do que se não tivessem provocado o nosso aparecimento?

Faz o mal quem tem filhos. Maldita é a mulher que concebe uma criança. Esta será objeto da sorte, da desgraça e seu fim já está selado, sua sentença já está definida.

Façamos o bem não impondo essa miserável fatalidade chamada vida aos potenciais seres que hoje habitam o nada. Pois, entre a inexistência de hoje e o deixar de existir amanhã só há a piada chamada vida, esta, que pela incontestável verdade desta afirmação, apresenta-se como totalmente desnecessária.

Sejamos responsáveis, poupemos tanta gente de tanto absurdo e sofrimento.

*Texto inspirado na leitura de Arthur Schopenhauer.

Frederico Guilherme
Enviado por Frederico Guilherme em 27/03/2009
Reeditado em 29/06/2009
Código do texto: T1508243
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