Quando a inspiração ausenta-se por ene e ene multiplos
motivos, busco nos meus poetas, aqueles com os quais mais me identifico, algum trecho, algum parágrafo, frag-
mentos de suas emoções para que com suas leituras
volte aquele momento bom que me faz bem e, não   só
a mim mas a todos os que por aqui passam e o encontram.


E esse pedacinho que Clarice escreveu corresponde ao que eu gostaria de escrever no momento, mas nem que o tempo parasse para mim eu conseguiria:


(Clarice Lispector. in: Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres)
Ainda era cedo para acender as lâmpadas, o que pelo menos precipitaria uma noite. A noite que não vinha, não vinha, não vinha, que era impossível. E o seu amor que agora era impossível – que era seco como a febre de quem não transpira era amor sem ópio nem morfina. E "eu te amo" era uma farpa que não se podia tirar com uma pinça. Farpa incrustada na parte mais grossa da sola do pé.
ysabella
Enviado por ysabella em 26/03/2009
Código do texto: T1507530
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.