Menina Caropita
Hoje vendo a dormir, percebi quanto amo essa menina, da importância que tem na minha vida, da saudade que às vezes vem me perturbar. Mas é um amor puro, sem más intenções, quero apenas estar perto, apenas ouvi-la, apenas viver com ela. Essa pequena grande mulher é a minha “Caropita”, que não é apenas minha irmã, mas minha melhor amiga, minha conselheira, e eu não sou apenas seu irmão, como também seu professor, de várias tardes ensinando-a escrever, a ler, a ser, mesmo quando eu era bravo, ela poderia se rebelar, sair dali, mas sempre ficava, sempre de alguma forma estranha, me respeitava muito.
Mas sempre brigávamos muito durante o dia, eu a chateava, coisa de irmão mais velho, mas quando chegava a noite, eu sempre rezava por ela, sempre pedindo perdão, pois era muito orgulhoso pra pedir desculpas.
Acho que eu era acomodado com isso, pois nunca ia perdê-la, mas algo aconteceu, ela foi morar com o pai, ficamos distantes, as vezes dias sem se ver, sem o tão criticado e delicioso cotidiano. Pararam as brigas, as discussões, as mágoas, mas também pararam os momentos e gestos simples de afeto, coisas da distância. Pensando nisso, acho que prefiro ficar perto mesmo com as brigas (coisa de irmãos).
Hoje nos damos muito bem, nos comunicamos apenas com o olhar. Acho q o tempo não nos tirou, a sintonia (não a de sangue) aquela dada pelo carinho. Caropita já é uma moça, como o tempo passa, me sinto como um pai que entrega sua filha ao mundo, mas mesmo depois que ela for uma mulher, nunca não vai deixar de ser minha maninha.