Menina Caropita

Hoje vendo a dormir, percebi quanto amo essa menina, da importância que tem na minha vida, da saudade que às vezes vem me perturbar. Mas é um amor puro, sem más intenções, quero apenas estar perto, apenas ouvi-la, apenas viver com ela. Essa pequena grande mulher é a minha “Caropita”, que não é apenas minha irmã, mas minha melhor amiga, minha conselheira, e eu não sou apenas seu irmão, como também seu professor, de várias tardes ensinando-a escrever, a ler, a ser, mesmo quando eu era bravo, ela poderia se rebelar, sair dali, mas sempre ficava, sempre de alguma forma estranha, me respeitava muito.

Mas sempre brigávamos muito durante o dia, eu a chateava, coisa de irmão mais velho, mas quando chegava a noite, eu sempre rezava por ela, sempre pedindo perdão, pois era muito orgulhoso pra pedir desculpas.

Acho que eu era acomodado com isso, pois nunca ia perdê-la, mas algo aconteceu, ela foi morar com o pai, ficamos distantes, as vezes dias sem se ver, sem o tão criticado e delicioso cotidiano. Pararam as brigas, as discussões, as mágoas, mas também pararam os momentos e gestos simples de afeto, coisas da distância. Pensando nisso, acho que prefiro ficar perto mesmo com as brigas (coisa de irmãos).

Hoje nos damos muito bem, nos comunicamos apenas com o olhar. Acho q o tempo não nos tirou, a sintonia (não a de sangue) aquela dada pelo carinho. Caropita já é uma moça, como o tempo passa, me sinto como um pai que entrega sua filha ao mundo, mas mesmo depois que ela for uma mulher, nunca não vai deixar de ser minha maninha.

Villas Boas
Enviado por Villas Boas em 26/03/2009
Código do texto: T1507391
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