Ah!  o olho no olho num abraço querido, sem
precisar abraçar por siglas e toques.
Qualquer coisa torna-se irrelevante e casual quando
dois olhos se cruzam.  Encontram-se, fixam-se e rea-
lizam o que qualquer palavra sem eles não consegue
realizar.

Todo o resto será apenas gesto, troca, palavra.
Quantos malentendidos não se resolveriam se   os
olhos pudessem se encontrar.  Mas ai é que está o
X da questão.  São tantos os olhares vagando em
cada rua, cada esquina fugindo para o anonimato
quando há a ameaça de um encontro.

Confesso que careço de um olhar assim....quente
presente, face a face, olho no olho.  É uma urgente
necessidade minha.
Lógico que um "como vai" "o que tem feito" são fri-
volidades imprenscindíveis numa amizade.
Mas sabe-se lá quantos ansioliticos estão por trás
de um "tudo bem por aqui, e ai?"

E ai me lembro dos amigos da internet. São tantos
rostos que conheço por fotos, mas dos quais nunca
ouvi a voz, senti o suspiro e nem vi os olhos.
São apenas nomes falsos ou não, fantasias, brin-
cadeiras, mas que mesmo assim não impede que
os considere amigos.
Mas falta o olho no olho e não somente olho na tela
Quando dois olhos se encontram, nenhuma palavra
precisa ser pronunciada.

Chico Buarque lindamente fala na canção que
Betania interpreta.



http://www.youtube.com/watch?v=ZZA__cQquyc
ysabella
Enviado por ysabella em 26/03/2009
Reeditado em 26/03/2009
Código do texto: T1506977
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