Ele , o Homem.
Ele , o homem !
Eis o Homem
Tão sem cor (o sangue lhe esvai lenta e sorrateiramente)
Os olhos, alentadores e assombrosamente calmos penetram pelas almas transeuntes , a voz já não lhe sai...
Sussurros surdos e ínfimos gemidos são , por poucos pressentidos
O silêncio lhe protege.
O corpo, antes forte e esguio agora se viu transformado em uma imensa massa disforme e violentamente surrado ,
E ainda assim o silêncio lhe acompanha .
As mãos , calmas e serenas a acariciar tantas faces e a curar tantas feridas agora mal se percebem diante tanto sangue e espinhos...
Eis o homem !
Já quase não se vê o brilho de outrora que alegrava e encantava em seus olhos...
Agora fitam o vazio , como que a procurar explicações à tanta dor e sofrimento sem razão.
E ainda assim esse homem , já desfeito e desfigurando-se pelos tantos açoites tem em sua alma uma calma,
Calma que invade os corações de quem o ama
E aterroriza os espíritos perturbados...
Vencer um corpo, massa terrena e fálica jamais será dominar o espírito que habita neste homem,
O grande homem!