RIMA PASSAGEIRA
Não empresto minha tristeza a ninguém,
Nem me enriquece uma dor conjunta.
Se eu falo do amor não posso está ausente,
Justo quando é o amor que mais sente.
Minha vida é como água de um grande rio,
Segue rumo ao mar entre paisagens tantas,
Todas necessárias nos instantes devidos.
Passo pelas pedras criando o limo da minha presença,
Deixando-as marcadas tanto quanto ficam em minha cor.
Sou a natureza que não se explica em seus atos,
Sou a chuva e toda a sua plenitude.
Somos todos uma mesma poesia inacabada,
Cada dia um verso novo que se apresenta,
Sou a rima que já foi falada e esquecida,
Mas sou a deixa para a uma nova quadra,
Como eu, como nós, de igual maneira, passageira.