RIMA PASSAGEIRA

Não empresto minha tristeza a ninguém,

Nem me enriquece uma dor conjunta.

Se eu falo do amor não posso está ausente,

Justo quando é o amor que mais sente.

Minha vida é como água de um grande rio,

Segue rumo ao mar entre paisagens tantas,

Todas necessárias nos instantes devidos.

Passo pelas pedras criando o limo da minha presença,

Deixando-as marcadas tanto quanto ficam em minha cor.

Sou a natureza que não se explica em seus atos,

Sou a chuva e toda a sua plenitude.

Somos todos uma mesma poesia inacabada,

Cada dia um verso novo que se apresenta,

Sou a rima que já foi falada e esquecida,

Mas sou a deixa para a uma nova quadra,

Como eu, como nós, de igual maneira, passageira.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 04/05/2006
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