O dia hoje está propiciando mesmo um recolhimento interior.
Chove miúdo, tudo cinza ao redor. Mas não deixo a felicidade
dos últimos dias escapulir, não!.
Domingo é um dia calmo. Nada melhor que num dia desses se encontre um tempinho pra divagar.
Olha daqui, olha dali, resolvi buscar recordações em albuns
antigos de fotografia de família.
Me espantei quando vi minha foto antiga fixando os olhos
em mim e espantada perguntando: quem é você?
Ora, respondi: sou hoje o que você era ai.
Aquela era completamente estranha para mim.
Mas é assim mesmo. Já parou para pensar com quantos tan-
tos rostos e sorrisos estranhos você cruza todos os momen-
tos. Daqueles que você fica sem saber se sairam do chão
ou cairam do céu.
E na minha vã filosofia barata fiquei matutando em quan -
tos momentos de alguem já fiz parte, ou, se na história des-
se alguém quando os sonhos dele tornaram-se real ou
mesmo quando morreram, eu estive.
Juro que as vezes sinto vontade de parar e, olhando um desconhecido puxar um assunto, sorrir, convidar para dan-
çar. O que aconteceria? Com certeza me poriam numa
camisa de força. Ou, talvez não. Quem sabe estariam
com esses mesmos questionamentos.
Pode ser até que seja essa a oportunidade de encontrar
a alma gemea.
Não tem jeito, ainda acredito na humanização, no afeto,
no coração.
Antes de fechar o albúm, em pensamento beijei a ysabella
da foto e dissemos uma para outra: eu te amo.
http://www.youtube.com/watch?v=BgFg2Tm5_wE