O Quinto Ato - Amor

Simples são os versos da pobre mortalidade, que finda-se na certeza pela de que, a luz no final do horizonte, guarda um belo pote de ouro e diamantes que é cultuado por poucos.

No dia que o amor resolver me visitar, eu abrirei a porta com medo e receio. Sou humana e bicho esquisito mais ainda por ser mulher. Recuarei, no canto da casa, e deixarei que ele se aloje, devagar, sem pressa e com um pouco de ansiedade o alimentarei.

Olharei com se vela um deus, lhe darei o melhor chocolate quente que possa existir, deixarei que ele calçe minhas meias e que durma na minha humilde cama. Velarei seu sono, com um mantra da purificação e com essências puras do frescor dos lirios do alto da montanha.

Quando ele resolver acordar, eu contarei histórias bobas da minha vida, cantarei minhas musicas favoritas e ele me olhará com um olhar delicado me analisando e abrindo o singelo sorriso de carinho extremo. Ao retribuir todo esse olhar, me derreterei toda como os flocos de neve que estarão caindo no quintal do meu humilde chalé.

No planar da madrugada, vigiaremos os encontro dos planetas em seus orbitais, e delicadamente ele me abraçará, me cobrindo com seu leve corpo feito de alma pura e sem sombra. Me susurrará versos de amor aos ouvidos me fazendo dormir, sob o ultimo pedido que o PRA SEMPRE, nunca acabe...

Ao raiar do dia, ao despertar do sono dos anjos, ao lado nao o avistarei. Apenas os cobertores de algodão puro e uma rosa vermelha enlaçada em um voluptuoso laço amarelo. No fogão a chaleira, com uma medida certa de duas canecas de chocolate quente, mais com a sobra de apenas uma. Na pia um pouco de louça e a cinza na lareira ao longe.

E ao caminhar em direção da janela os pingos do fino orvalho que formam um coração completo ao deparar-me com a frase no laço da rosa, que me dizia:

" - Haja o que eu houver o tempo vai passar, certas coisas nunca vão passar... O nosso pra sempre NUNCA, acaba."

Você passou por mim, isso já me bastou.

* Os pensamentos tortos de uma poeta na madrugada fria.

Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 20/03/2009
Reeditado em 20/03/2009
Código do texto: T1497412
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