No que acreditar afinal?

Com o passar do tempo, a gente se conscientiza que quando estamos pra baixo, existem poucos que nos tiram de lá, e muitos que aplaudem estarmos lá.

Com o passar do tempo, a gente percebe que a felicidade não é real, não se compra, não se vende, mas se conquista alguns poucos momentos que são de fato, felizes.

Por mais que a vida passe, por mais que tentemos nos encher de vida, as dores não nos deixam pensar.

Elas pesam em nossas mochilas, em nosso corpo e em nossa alma.

Nos deixam em desconexo.

Com o passar do tempo a gente se descobre e redescobre e tenta recomeçar a cada dia, e amar novamente a mesma pessoa todos os dias.

Ou não amar, quem sabe?

Ousar, talvez...

Perceber, mais tarde!

Sonhar?

E se pode sonhar?

Apropriaram-se dos sonhos.

Dos encantos...

Da imaginação!

Prenderam o canto.

A fala.

A respiração.

Somos agora crescidos.

Disseram para nós que sonhar era fraqueza.

Que a guerra estava perdida.

Que nós mesmos nos perdemos nesse deserto escaldante da vida.

E no que acreditar afinal?