Outra visão
O mesmo lugar, o mesmo olhar, mas outras pessoas, outro modo, outra luz.
Ainda há o barulho das pessoas conversando, muitas palavras, muitas idéias, muito sons; ainda a mesma sintonia, embora seja outra, ainda o mesmo barulho da água da fonte, o mesmo vento que sopra com mais frieza; as folhas balançam muito, balançam pouco, as folhas balançam.
O céu não é mais claro, agora está coberto imenso manto azul-marinho, com o brilho discreto de algumas estrelas e o brilho intenso de outras, um pequeno e envergonhado sorriso da lua é a recompensa desse dia que se aproxima do fim, é a recompensa desse dia difícil, nessa agradável noite.
Mesmo que em outro momento, ainda, de novo a mesma situação; o anseio ou a espera despreocupada para ver o tempo passar, olho em volta e apenas vejo o movimento: pessoas passam, pessoas param, pessoas conversam, folhas balançam, águas que correm, a formiga que passa, o morcego que voa, o rapaz que trabalha, a menina que come, ouço passos sem descanso.
Tudo é movimento, tudo se movimenta, quem sabe para ver o tempo passar, quem sabe para passar o tempo...