Escolhas
Você pode perder a hora do ônibus, da sessão de cinema, da aula de culinária, e também perder o tempo de recomeçar, de ver seu filho nascer e/ou crescer.
Você pode perder temores e esperança; rancores, motivações e preconceitos; pendores e otimismo...
E pode perder peso, medidas, cabelos e células, dentes e fluidos, e o derradeiro trago do cigarro.
Pode perder amigos, amores e sonhos... E orgulho, vaidade, ambição... E auto-estima, decência, coragem...
Você pode perder a guerra, a paz, o espírito de luta!
Você pode perder alegrias e noites de sono. Pode perder o pôr-do-sol, o banho de chuva, e o sorvete lambido sob a chuva... E pode perder a fome, a gula, o tesão, a luxúria...
Pode perder a vez na fila do banco, na sala de espera do dentista, na entrevista para um emprego; e perder a capacidade de acolher; e a compreensão de que não se mede a vida apenas em segundos ou centavos.
Você pode perder quem você ama, quem ama você, e pode se perder de você mesmo...
Perdas são inevitáveis; umas são escolhas, outras são quase, algumas, nem isso.
Você pode tornar-se digno desse aprendizado.