Auge

Não sou tão velho assim que justifique esta preocupação. Pergunto-me se é pelo fato de eu ser jovem que me aborreça tanto com isso.

Eu sou obrigado a aproveitar. Não há escolha nem liberdade. Tenho que.

Parece-me ser tão artificial. E eu com minha preocupação cega de querer sempre alcancar a clara superfície das coisas.

Um dia tudo acaba inexoravelmente. Fim.

Não suporto amar um destino tão miserável. Sou obrigado.

Tanta resistência. Aniquila pretensões supérfluas. Quase nada acaba restando. Pó.

Mas o pior de tudo é que ainda estou vivo. Não quero morrer.

Sei que me engano. Nem eu mesmo creio nas minhas verdades. Insisto.

Quem quer mais acaba encontrando o oposto. Tenho culpa disso. Vejo e não enchergo.

Está no meu alcance. Desconfio.

Parte de mim.

Eu sei. No final, é mero jogo.

Cephas
Enviado por Cephas em 16/03/2009
Código do texto: T1488750
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