Efêmero

Passa.

O tempo, o momento, tudo passa.

E apenas os relógios que se travam

Ou apenas os humanos que se isolam

Não se ajoelham às engrenagens alucinógenas

E incontroláveis

Do tempo do tempo.

Sem som, passa.

O dia passa.

O sol nasce no Este e se põe no Oeste

Passa cíclico e volta logo.

Sempre volta logo.

Mas passa, não é o mesmo Sol de ontem.

Não é a mesma luz

Sem Sol, Sem som, passa!

A vida é apenas um piscar de olhos

Uma chama ardente em um pavio findo

E não há o que apelar aos deuses

E não há como discordar.

Apenas tudo passa.

Sem não, Sem Sol, Sem som, passa

E pode-se correr por verdes campos

Pode-se atrasar o relógio ou inverter suas engrenagens

Pode-se nascer no final, morrer no início

Pode desenhar-se em mil imagens

E as imagens passarão.

Sem Dorian, Sem não, Sem Sol, Sem som, passa!

Passa como asas em rápido vôo

Passa como uma guerra, uma meta

Passa como um estrondo

Passa como Hiroshima passou.

Com marcas.

Sem Dorian, sem não, sem Sol, sem som, passa.

mas deixa marcas, cicatrizes

Deixa feridas, lacerações

Deixa carne viva

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 03/03/2009
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