Foi sem querer que ele chamou minha atenção para a realidade e talvez nem tenha notado o quanto foi útil sua observação.
Passava das duas da tarde, fazia imenso calor. No aterro sanitário, andávamos sobre o lixo compactado em direção a um grupo de crianças e mulheres que fazia 'escolhas' em restos que chegaram recentemente.
-- Que tipo de coisa procuram? - perguntei.
-- Há muita coisa útil no lixo, doutor.
-- Quem jogaria uma coisa útil no lixo?
-- Coisas, doutor, são como pessoas.
Bom, eu tenho percebido muitas vezes que nem sempre valorizamos as pessoas ao nosso redor.
Para falar de forma um pouco mais agradável, devíamos ser melhores garimpeiros. Devíamos aprender a encontrar as preciosidades que existem em todas as pessoas.
Chega de desamor neste planeta.
Ilustração:
opensador2.blogspot.com/2007/12/beno-de-servir.html